quinta-feira, 12 de novembro de 2009

o que seria o “lixo” orgânico

Em nosso entendimento o que genericamente chamamos de "lixo", pode ser fracionado em três categorias: os recicláveis, os resíduos orgânicos, e os demais resíduos. De uma forma geral a questão dos recicláveis, por razões econômicas e sociais vem, de alguma forma, sendo tratada, muitas vezes sem qualquer apoio de empresas geradoras do material descartável ou mesmo dos governos.

Os resíduos orgânicos têm sido insistentemente tratados como lixo a ser descartado, e sua classificação sido confundida com a categoria dos “demais resíduos”. Nesta última categoria listamos itens como: fraldas, absorventes, embalagens sujas (contaminadas), excreções de animais domésticos, etc. Assim, o que consideramos Resíduos Orgânicos são basicamente restos de alimentos ou de plantas e árvores.

Definir claramente o termo não é um simples exercício de retórica, o fato de bem defini-lo facilita o enfrentamento do problema e a busca por soluções baseadas em uma perspectiva totalmente diversa da que estamos, de modo geral, acostumados. Atualmente, na grande maioria das cidades, o tratamento dado aos resíduos orgânicos desconsidera esta classificação e tudo é conduzido da mesma maneira ao depósito de lixo.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Este espaço está aberto para a troca de opiniões sobre compostagem de resíduos orgânicos, todos seus métodos e finalidades. Compostagem de resíduos de jardinagem e poda, compostagem de alimentos, compostagem com minhocas, biodigestores, banheiro seco, enfim toda e qualquer forma de retornar os resíduos orgânicos à natureza, de forma controlada e que feche o ciclo da vida.

Sem querer limitar o escopo dos assuntos e comentários ao problema do lixo urbano, seu volume e destinação, quero enfatizar a preocupação crescente com este tema específico. De um lado as aglomerações urbanas prosseguem inchando doentia e incontrolavelmente, de outro, o consumo desregrado e o desperdício dele decorrente gera volumes cada vez maiores de resíduos, cuja destinação é ainda um problema mal resolvido na sociedade brasileira. Embora historicamente no Brasil, a maior parcela dos resíduos sólidos urbanos seja de orgânicos, prosseguimos insistindo em preocupar-nos quase que exclusivamente com os materiais recicláveis, ignorando a parcela compostável.

Este é o comportamento típico de uma economia capitalista ultrapassada na qual a valoração dos bens desconsidera o custo da destruição ambiental e dos problemas sociais decorrentes, mantendo o foco apenas naqueles materiais com algum valor "de mercado". Na medida em que vivenciamos a transição deste modelo retrógrado para um modelo de economia baseada nos preceitos da sustentabilidade, precisamos desenvolver e aplicar tecnologias e meios que nos permitam mudar do modelo linear de extração, produção, consumo e descarte para um modelo circular onde 100% do material descartado retorne o ciclo produtivo, minimizando a extração de mais e mais insumos.

A compostagem cumpre este papel, possibilitando a reintrodução da parcela orgânica do lixo na cadeia de produção de alimentos como adubo. Quando associada a programas de hortas familiares e peri-urbanas propicia:

* ganhos econômicos graças à minimização do transporte de lixo para aterros distantes, e de adubos químicos das áreas de extração,
* ganhos ambientais por evitar a extração descontrolada de insumos para fabricação de adubos químicos, e
* ganhos sociais se considerarmos a minimização da poluição pelo transporte, da contaminação dos alimentos com os produtos químicos, e a possibilidade de geração de trabalho e renda dignos nas áreas urbanas.

Composta Brasil !