domingo, 9 de outubro de 2016

Piolhos-de-cobra são mais eficazes que as minhocas

Minhocas ganham concorrentes!


Os piolhos-de-cobra ou gongolos, animais da classe Diplopoda,família Trigoniulidae, são mais eficazes que as minhocas na reciclagem de material orgânico e na produção de adubo de origem orgânica (húmus), de acordo com pesquisa desenvolvida pela Embrapa Agrobiologia, do Rio de Janeiro.

Capazes de triturar até papelão, esses pequenos animais, também conhecidos como maria-café e embuá, reduzem em até 70% o volume de resíduos e geram adubo de ótima qualidade, informou a Agência Embrapa de Notícias.

O gongocomposto, como o adubo natural está sendo chamado, dispensa misturas com pó de carvão e torta de mamona (adubo orgânico rico em nitrogênio) usadas para melhorar a textura e os níveis de nutrientes do composto produzido por minhocas.

Bagaço de cana, sabugo de milho e outros resíduos comumente encontrados nas propriedades agrícolas, acrescidos de um material rico em nitrogênio, como as leguminosas, podem ser usados na produção do composto. Nos experimentos, os gongolos processaram até papelão.

“O que fazemos é juntar os resíduos secos e o gongolo em uma área confinada para que ele não saia dali e processe tudo. Uma vez por semana é preciso checar a umidade e, se estiver muito seco, é necessário molhar o composto”, explica a pesquisadora da Embrapa Maria Elizabeth Correia.

Em três meses o material já está pronto para uso. Mas quanto mais o composto for triturado pelos gongolos, melhor é a sua qualidade. “Quando comparamos os materiais submetidos a diferentes tempos de processamento, vimos que, em termos de nutrientes, não há muita diferença, mas nas mudas o efeito é significativo.”

Há cerca de 8 mil espécies de gongolos. Os testados pela Embrapa são da espécie Trigoniulus corallinus, originária do Sudeste Asiático e presente em diversas regiões brasileiras. De acordo com Maria Elizabeth a maioria das espécies é capaz de triturar resíduos brutos, algumas com maior eficiência.

Correia acrescenta ainda que a melhor época do ano para coletar os gongolos é no período de chuvas, quando estão ativos e acasalando.

Fonte: Agência Fapesp

sábado, 1 de outubro de 2016

Benefícios da compostagem



A compostagem traz inúmeros benefícios, entre eles a criação de empregos verdes e a redução da quantidade de resíduos destinados a aterros ou incineradores. Ao mesmo tempo em que jogamos fora toneladas de restos de comida e aparas de poda, nossos solos estão perdendo nutrientes e sofrendo erosão além disso, fertilizantes em excesso nas fazendas e gramados, e sedimentos de movimentação de solos para construções são levados pelas chuvas poluindo e assoreando os corpos d'água.

A utilização do composto proporciona muitos benefícios:

1. Reduz os resíduos para aterros

2. Melhora do Solo
    Cria material rico em nutrientes, o humus;
    Aumenta o teor de nutrientes nos solos;
    Ajuda a reter a umidade dos solos;
    Reduz ou elimina a necessidade de fertilizantes químicos;
    Suprime doenças de plantas e pragas;
    Melhora o rendimento na agricultura;
    Ajuda a regenerar solos pobres;
    Tem a capacidade de remediar solos contaminados.

3. Reduz a lixiviação provocada pelas águas pluviais e a erosão do solo

4. Protege o Clima
    Reduz as emissões de metano nos aterros;
    Melhora a capacidade do solo em armazenar carbono;
    Evita a utilização intensiva de fertilizantes, pesticidas e fungicidas;
    Melhora o crescimento das plantas e, portanto, o sequestro de carbono;
    Reduz o consumo de energia para irrigação.

5. Cria empregos e ativa a economia local
    Compostagem pode ser feita em pequena escala no próprio local;
    Gera empregos locais;
    Compostagem se conecta com a agricultura urbana;
    Melhora o solo e aumenta o rendimento de produtores;
    Utilização dos produtos da compostagem incentivam outros negócios e empregos verdes.

Material original do "Institute for Local Self-Reliance (www.ilsr.org)", uma organização não governamental que trabalha pelo fortalecimento da economia local e pela destinação correta de resíduos, incentivando o reuso, a reciclagem e a compostagem. Impresso sob permissão.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

o que seria o “lixo” orgânico

Em nosso entendimento o que genericamente chamamos de "lixo", pode ser fracionado em três categorias: os recicláveis, os resíduos orgânicos, e os demais resíduos. De uma forma geral a questão dos recicláveis, por razões econômicas e sociais vem, de alguma forma, sendo tratada, muitas vezes sem qualquer apoio de empresas geradoras do material descartável ou mesmo dos governos.

Os resíduos orgânicos têm sido insistentemente tratados como lixo a ser descartado, e sua classificação sido confundida com a categoria dos “demais resíduos”. Nesta última categoria listamos itens como: fraldas, absorventes, embalagens sujas (contaminadas), excreções de animais domésticos, etc. Assim, o que consideramos Resíduos Orgânicos são basicamente restos de alimentos ou de plantas e árvores.

Definir claramente o termo não é um simples exercício de retórica, o fato de bem defini-lo facilita o enfrentamento do problema e a busca por soluções baseadas em uma perspectiva totalmente diversa da que estamos, de modo geral, acostumados. Atualmente, na grande maioria das cidades, o tratamento dado aos resíduos orgânicos desconsidera esta classificação e tudo é conduzido da mesma maneira ao depósito de lixo.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Este espaço está aberto para a troca de opiniões sobre compostagem de resíduos orgânicos, todos seus métodos e finalidades. Compostagem de resíduos de jardinagem e poda, compostagem de alimentos, compostagem com minhocas, biodigestores, banheiro seco, enfim toda e qualquer forma de retornar os resíduos orgânicos à natureza, de forma controlada e que feche o ciclo da vida.

Sem querer limitar o escopo dos assuntos e comentários ao problema do lixo urbano, seu volume e destinação, quero enfatizar a preocupação crescente com este tema específico. De um lado as aglomerações urbanas prosseguem inchando doentia e incontrolavelmente, de outro, o consumo desregrado e o desperdício dele decorrente gera volumes cada vez maiores de resíduos, cuja destinação é ainda um problema mal resolvido na sociedade brasileira. Embora historicamente no Brasil, a maior parcela dos resíduos sólidos urbanos seja de orgânicos, prosseguimos insistindo em preocupar-nos quase que exclusivamente com os materiais recicláveis, ignorando a parcela compostável.

Este é o comportamento típico de uma economia capitalista ultrapassada na qual a valoração dos bens desconsidera o custo da destruição ambiental e dos problemas sociais decorrentes, mantendo o foco apenas naqueles materiais com algum valor "de mercado". Na medida em que vivenciamos a transição deste modelo retrógrado para um modelo de economia baseada nos preceitos da sustentabilidade, precisamos desenvolver e aplicar tecnologias e meios que nos permitam mudar do modelo linear de extração, produção, consumo e descarte para um modelo circular onde 100% do material descartado retorne o ciclo produtivo, minimizando a extração de mais e mais insumos.

A compostagem cumpre este papel, possibilitando a reintrodução da parcela orgânica do lixo na cadeia de produção de alimentos como adubo. Quando associada a programas de hortas familiares e peri-urbanas propicia:

* ganhos econômicos graças à minimização do transporte de lixo para aterros distantes, e de adubos químicos das áreas de extração,
* ganhos ambientais por evitar a extração descontrolada de insumos para fabricação de adubos químicos, e
* ganhos sociais se considerarmos a minimização da poluição pelo transporte, da contaminação dos alimentos com os produtos químicos, e a possibilidade de geração de trabalho e renda dignos nas áreas urbanas.

Composta Brasil !